Cérebros de humanos e cães entram em sincronia na troca de carinho, aponta estudo.

Cérebros de humanos e cães entram em sincronia na troca de carinho –Tainá Rodrigues

Edição: Vanessa Centamori =>Revista GALILEU

 

Um estudo publicado por cientistas da China e do Reino Unido na quarta-feira (11) na revista Advanced Science mostra que os cérebros de humanos e cães entram em sincronia durante trocas de carícias e olhares.

Quando humanos fizeram carinho nos animais, os pesquisadores observaram uma sincronia na região parietal do cérebro. Já quando uma troca de olhares ocorria entre as pessoas e os pets, a região cerebral ativada foi a frontal. Em ambos os casos, tratam-se de áreas ligadas à atenção humana e canina.

Para fazer a pesquisa, os cientistas da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, mediram simultaneamente a atividade cerebral de cachorros da raça beagle e de humanos através do uso de eletroencefalograma sem fio não invasiva (EGG).

No primeiro dos cinco dias de monitoramento, em que o cão ainda não estava familiarizado com a pessoa, as atividades intercerebrais não eram muito expressivas. Porém, no último dia, existiu um aumento significativo dessa atividade nas regiões frontais e parietais.

As interações em casos de carícias e olhares não retribuídos mostraram uma menor sincronia. Porém, ao longo dos cinco dias em que houve o aumento de familiaridade entre cães e humanos, a sincronia cerebral também aumentou.

Os cientistas também analisaram a interação de líder-seguidor entre cães e humanos. Eles notaram que os animais seguiam as interações iniciadas pelas pessoas. Isso indica que nessas interações os seres humanos costumam atuar como líderes, enquanto os cachorros são seguidores.

Foram realizadas interações com cães portadores de mutações de Shank3, que são fatores de risco genético associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esses cachorros apresentaram uma menor sincronização neural com os humanos e também uma menor atenção durante as interações.

Porém, com uma única dose de LSD, os cachorros recuperaram o acoplamento intracerebral e a atenção. Logo, o estudo também sugere que o psicodélico pode ser uma alternativa em potencial para melhorar os déficits sociais ocasionados pelo TEA.

“Há duas implicações do presente estudo: uma é que a sincronização intercerebral interrompida pode ser usada como um biomarcador para o autismo, e a outra é que o LSD ou seus derivados podem melhorar os sintomas sociais do autismo”, disse Yong Q. Zhang, autor correspondente da pesquisa pela Academia Chinesa de Ciências, de Pequim, em comunicado.

 

https://revistagalileu.globo.com/ciencia/noticia/2024/09/cerebros-de-humanos-e-caes-entram-em-sincronia-na-troca-de-carinho-aponta-estudo.ghtml

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